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Compromisso com a UFPE

Por Gilson Edmar, vice-reitor da UFPE
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Ao iniciar o nosso segundo mandato à frente da Universidade Federal de Pernambuco, alguns fatos relevantes merecem destaque. O primeiro deles trata-se da nossa vitória obtida na consulta eleitoral de maio, cujo resultado chegou a 70% dos votos, sendo que em algumas áreas até mais do que isso. Por isso, registro aqui meu agradecimento a todos que acreditaram em nossa proposta, especialmente aos meus pares do Centro de Ciências da Saúde, que me honraram com 92% dos seus votos. O segundo fato relevante é a coincidência do meu mandato com o do reitor, fato decorrente de um compromisso assumido por mim, durante minha primeira investidura como vice-reitor, quando prometi corrigir esta histórica distorção dos ocupantes dos dois maiores cargos da universidade assumir separadamente.
 
Auscultamos, em todos os setores, nossos professores, nossos servidores técnico-administrativos e nossos estudantes. Foi um diálogo e uma troca extremamente rica, que embasou nossa proposta de gestão. Dissemos que não seria uma mera repetição da primeira, mas traríamos algo novo para este segundo mandato. A experiência vivenciada até agora reforça esta afirmativa e abre uma discussão a propósito do tema reeleição. A Andifes e vários segmentos da sociedade propõem um mandato de cinco ou seis anos, sem direito à recondução.
 
Defendi com entusiasmo o imediato desencadear do processo de reforma dos nossos estatutos e regimento, pois a UFPE necessita de um instrumento regulatório que a transforme numa instituição que olhe para o futuro. Não podemos mais atuar com base em normas de 30 anos atrás. Precisamos modernizar nosso sistema organizacional, tornando-o mais ágil, desburocratizando as ações. Estou convencido que, para isso, será necessária uma ampla discussão sobre o papel dos departamentos. Uma universidade que tenha a pesquisa como base da geração, transmissão e troca de conhecimentos não pode estar compartimentada em departamentos, devendo as ações se estender pelas diversas áreas do saber. Já algumas universidades adotaram este modelo, defendido também em editorial pela revista Nature, em seu número de abril deste ano, quando afirma que uma universidade que pesquise deve ser uma universidade sem departamentos.
 
A própria UFPE vem praticando este modelo nos campi de Vitória e Caruaru com bons resultados, onde a unidade é o curso, que passa a exercer apenas sua missão acadêmica: ensino, pesquisa e extensão. Ao centro, competem as funções administrativas e de órgão agregador das diversas áreas de conhecimento.
 
Mas uma reforma de estatutos e regimento não é só mudança no sistema organizacional. É necessário fazer da UFPE cada vez mais uma instituição democrática, não só apenas pelas ações dos seus dirigentes, mas com a participação efetiva da comunidade. A prática democrática deve permear nossas atividades cotidianas, evitando-se assim, definitivamente, ações arbitrárias que impeçam o ir e vir das pessoas. Precisamos de uma ferramenta regimental que dê o rumo democrático à universidade, modernizando a constituição dos nossos conselhos, permitindo a participação de todos os segmentos na vida da universidade, de acordo com a legislação em vigor.
 
Neste período, que ora se inicia, darei uma atenção especial à nossa comunidade universitária. Será implementado um projeto no campus, que denominamos de Universidade Saudável. Trata-se de medidas e atividades necessárias a uma melhor qualidade de vida de todos. Daremos ênfase à assistência estudantil, de uma maneira ampla, através de bolsas, alimentação e esportes e como uma das estratégias de reduzir a evasão e a retenção escolar. Cada vez mais serão dadas oportunidades aos nossos servidores de se aperfeiçoarem, melhorando a sua qualificação e, conseqüentemente, sua motivação ao trabalho.
 
O exercício da função de vice-reitor é fascinante, por permitir conhecer a riqueza intelectual dos que fazem a Universidade Federal de Pernambuco e a beleza da sua diversidade. Foi e será um período extraordinário, pela possibilidade de ampliar meu campo de visão institucional, compreender e tentar superar as necessidades de cada área e, principalmente, ampliar as minhas amizades e, com elas, o meu conhecimento.
 
Num momento de emoção e alegria, como este que se inicia, devemos sempre lembrar o pensamento de Fernando Pessoa: “Tantas vezes pensamos ter chegado, tantas vezes é preciso ir além”.
 
Publicado no Jornal do Commercio em 25.12.2007
Data da última modificação: 31/10/2016, 11:11

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