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Exame de Qualificação ao Doutorado n.º 5 em 2025
“ESTRATIGRAFIA E PALEOGEOGRAFIA DA FORMAÇÃO ALIANÇA E UNIDADES CORRELATAS: EVOLUÇÃO DA FASE DE INÍCIO DE RIFTE NO GONDWANA OCIDENTAL”
Programa de Pós-Graduação em Geociências – CTG/UFPE
Exame de Qualificação ao Doutorado n.º 5 em 2025
Aluno(a): Leonardo Marinho de Oliveira
Orientador(a): Dr. Gelson Luís Fambrini
Coorientador(a): Dr. Édison Vicente Oliveira (UFPE)
Título da pré-tese: “ESTRATIGRAFIA E PALEOGEOGRAFIA DA FORMAÇÃO ALIANÇA E UNIDADES CORRELATAS: EVOLUÇÃO DA FASE DE INÍCIO DE RIFTE NO GONDWANA OCIDENTAL”
Data: 29/08/2025
Horário: 14h
Local: videoconferência através do Google Meet: https://meet.google.com/btf-mhqw-mea
Banca Examinadora:
Presidente:
Dr. Gelson Luís Fambrini (Orientador)
Titulares:
1.º Examinador(a): Dr. Claiton Marlon dos Santos Scherer (UFRGS)
2.º Examinador(a): Dr. Felipe Torres Figueiredo (UFS)
3.º Examinador(a): Dr. Paulo Marques Machado Brito (UERJ)
4.º Examinador(a): Dr. Virgínio Henrique de Miranda Lopes Neumann (PPGEOC/CTG/UFPE)
Suplentes:
1.º Examinador(a): Dr.ª Alcina Magnólia da Silva Franca (PPGEOC/CTG/UFPE)
2.º Examinador(a): Dr. Renato Paes de Almeida (USP)
Resumo:
O registro estratigráfico jurássico das bacias interiores do nordeste do Brasil fornece subsídios fundamentais para a compreensão das fases iniciais da fragmentação de Gondwana e da configuração paleogeográfica da Gondwana Ocidental. Esta tese de doutorado integra dados sedimentológicos, estratigráficos e paleontológicos com o objetivo de investigar a Formação Aliança (Bacia do Jatobá) e suas unidades correlatas — a saber, a Formação Brejo Santo (Bacia do Araripe), a Formação Bananeiras (Bacia Sergipe-Alagoas) e a Formação M’Vone (Bacia do Gabão). Essas unidades representam as sucessões flúvio-lacustres mais antigas da fase de início de rifte, documentando importantes processos paleoambientais, tectônicos e vulcânicos (por exemplo, na Bacia do Jatobá). Com base na análise de mais de 150 afloramentos e diversos perfis de poços, a Formação Aliança é caracterizada por dois membros: Boipeba e Capianga. O Membro Boipeba é interpretado como um sistema fluvial trançado efêmero com retrabalhamento eólico, composto por cinco associações de fácies geneticamente relacionadas — canais fluviais, planícies de inundação, dunas eólicas, lençóis de areia e interdunas úmidas. Em contraste, o Membro Capianga registra uma rápida transgressão e o estabelecimento de um sistema lacustre do tipo balanced-fill, com baixa conectividade interna, dominado por argilitos, calcilutitos, carbonatos e evaporitos. Foram identificadas seis litofácies lacustres associadas a dois subambientes: lago costeiro dominado por ação de ondas (wave-dominated coastal lake, WCLE) e porção distal do lago (distal lake, DALE). Essa sucessão registra uma transição entre ambientes proximais e distais, influenciados por variações hidrológicas sazonais, espaço de acomodação e condições climáticas semiáridas. Os dados paleontológicos, incluindo vértebras de terópodes e restos de peixes fósseis, sustentam uma idade Jurássica Média a Superior para ambos os membros da Formação Aliança, posicionando-os como equivalentes cronológicos às porções inferiores das unidades correlatas. A ampla ocorrência do ostracode Theriosynoecum pricei reforça a correlação bioestratigráfica entre essas formações. Além disso, é descrito um novo evento vulcânico — denominado Unidade Vulcânica de Petrolândia — na porção superior da formação. Essa unidade é composta por lavas vesiculadas e peperitos associados à fase inicial do rifteamento, marcando o início da atividade tectono-magmática na Bacia do Jatobá. As correlações estratigráficas indicam que o Membro Boipeba é litostratigraficamente e geneticamente análogo à Formação Candeeiro (Bacia SE-AL) e à base da Formação M’Vone (Gabão). Do mesmo modo, o Membro Capianga apresenta equivalência faciológica com as formações Brejo Santo, Bananeiras e a porção superior da Formação M’vone, todas interpretadas como componentes de um sistema lacustre regional desenvolvido sob condições tectonicamente compartimentalizadas. O modelo paleogeográfico proposto nesta tese sugere uma conectividade lateral limitada entre as bacias durante a fase inicial do rifte, modulada por falhamentos sinsedimentares e sazonalidade climática.
Palavras-chave: Membro Boipeba; Membro Capianga; Gondwana; Fluvial; Eólico; Lacustre