Dados de servidores técnico-administrativos foram analisados e Marcelino Flávio e Silva constatou que a inadequação gera rotatividade, insatisfação com gestores e o ambiente de trabalho, buscas por desenvolvimento e alinhamento de competências, além de falta de informação ou abertura para mudança geral

Assistente em Administração da Federal Pernambucana, Marcelino Flávio e Silva realizou pesquisa científica para melhorias na universidade
A dissertação “Cargos, Funções e Perfis Profissionais: um diagnóstico da situação de Técnicos Administrativos da Universidade Federal de Pernambuco”, de Marcelino Flávio e Silva, atesta que um perfil altamente qualificado entre os técnicos administrativos e a adequação dos cargos às áreas de conhecimentos dos servidores possibilitam melhorias nos serviços prestados pela UFPE.
Realizado no curso de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública para o Desenvolvimento do Nordeste (MGP), o estudo científico teve orientação da professora Nadi Helena Presser e foi motivado pela atuação de Marcelino enquanto Assistente em Administração na UFPE.
“Percebi alguma insatisfação com a alocação do setor de trabalho atual, em particular nos cargos mais genéricos com Assistentes e Auxiliares em Administração, que não exigem formação específica. Então, resolvi investigar e fazer um diagnóstico do servidor da carreira técnica, para identificar o grau de adequação entre cargos ocupados, tarefas a serem executadas, alocação atual, formação acadêmica e a satisfação dos técnicos no ambiente de trabalho”, conta Marcelino.
De acordo com a dissertação, embora exista satisfação do pessoal em relação à adequação do lugar de trabalho, quase 70 respostas dos servidores declararam que, por motivos distintos, gostariam de obter mudanças dos setores de trabalho.
“Esse percentual de 15% é menor em relação a amostra dos respondentes [75% disseram estar satisfeitos], porém significativo. Os motivos de insatisfação foram agrupados nos seguintes tópicos: insatisfação com gestores e o ambiente de trabalho atual; busca por desenvolvimento profissional e alinhamento de competências; melhoria da qualidade de vida e conveniência pessoal; frustrações com barreiras institucionais e políticas de remoção; falta de informação ou abertura para mudança geral”, explica Marcelino.
A pesquisa do MGP revela que, na UFPE, as formações acadêmicas de servidores nem sempre são compatíveis com as capacitações necessárias para o desenvolvimento e o desempenho adequado de atividades em determinados cargos.
“Há casos de pessoas que têm formação, mas não têm perfil para o exercício do cargo condizente com a área de formação e preferem atuar na área administrativa, que permite o exercício do cargo em funções mais genéricas. Isso se explica, em parte, devido aos critérios de contratação por concurso de servidores da carreira técnica, cuja descrição dos cargos tem o perfil generalista. Por outro lado, a generalização dos cargos permite ao servidor atuar em muitas áreas da universidade”, alega o pesquisador.
Para Marcelino, é preciso haver “um aprofundamento do estudo sobre perfis profissionais, buscando um equilíbrio entre academicismo e tecnicismo” e isso, segundo o também servidor da UFPE, “é muito relevante” para “o estudo e o estabelecimento de perfis (...) de estudos futuros”. Ele destaca ainda que “a possibilidade de servidores da carreira técnica - devidamente qualificados - puderem participar de pesquisas acadêmicas é uma demanda que, se atendida, tornaria mais efetiva a contribuição do servidor da carreira técnica para a universidade”, almeja o mestre em Gestão Pública para o Desenvolvimento do Nordeste.
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marcelino.flavio@ufpe.br