Discentes do Programa de Pós-Graduação em Nutrição (Posnutri), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), desenvolveram uma pesquisa sobre a ação dos microrganismos probióticos no combate às infecções respiratórias. O texto foi publicado em um dos capítulos do terceiro volume do livro “Ciência e Tecnologia de Alimentos: pesquisa e práticas contemporâneas” e recebeu como título “Atuação dos probióticos nas infecções do trato respiratório: papel na covid-19.

O grupo de discentes responsável pelo trabalho é formado por sete mestrandos do curso de Nutrição: Amanda Alves, Andressa Costa, Arthur Silva, Camila Simões, Iasmin Souza, Marielly Santana e Taís Rodrigues. Os alunos receberam a orientação das professoras Tânia Stamford e Thayza Stamford, que são, respectivamente, coordenadora e vice-coordenadora do Posnutri.

Resumo

A Coronavirus Disease 2019 (covid-19) é uma infecção causada pelo Coronavírus 2 da Síndrome Respiratória Aguda Grave, sua transmissão ocorre quando o vírus entra em células hospedeiras através das proteínas S e das proteínas receptoras da enzima conversora de angiotensina 2. Estudos mostram que pacientes graves que contraíram a covid-19 apresentaram uma resposta inflamatória exacerbada, ocorrendo uma maior produção da interleucina-6, aumentando significativamente a possibilidade da síndrome respiratória aguda grave. Considerando a relação direta da resposta inflamatória aumentada com a gravidade da doença, atualmente tem sido realizado o estudo de fatores que podem atuar na modulação da resposta imune. Nesse contexto, os probióticos são elementos cada vez mais explorados, em razão de sua modulação do sistema imunológico adquirido e nativo. Seu uso tem sido visto como uma abordagem promissora para o tratamento de doenças virais em geral, visto que os probióticos e seus metabólitos são capazes de estimular e modular o sistema imunológico, bem como são capazes de reduzir a inflamação. Além disso, a suplementação de probióticos em pacientes com infecções respiratórias e que contraíram a covid-19 reduz as cargas virais possivelmente através da modulação imunológica pela microbiota, diminuindo o risco de infecções secundárias. Desta forma, as características da microbiota intestinal central e os metabólitos podem ser considerados potenciais alvos de prevenção e/ou tratamento para a intervenção, principalmente em populações mais suscetíveis. Diante disso, a presente revisão narrativa teve como objetivo avaliar os resultados positivos do uso de cepas probióticas no tratamento de infecções respiratórias e na covid-19.