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Evento no HC discute integração entre cirurgia bariátrica e hepatologia no diagnóstico e tratamento de pacientes com gordura no fígado
Iniciativa contou com ações teóricas, pela manhã, e cirurgias bariátricas à tarde
Um evento que discute estratégias de diagnóstico e tratamento da doença esteatótica metabólica (a gordura no fígado) e seus impactos na saúde está sendo realizado ao longo desta quarta-feira (5), no Anfiteatro 1 do Hospital das Clínicas da UFPE. Trata-se da edição pernambucana do Brazilian Mash Road, iniciativa itinerante que une cirurgiões bariátricos e hepatologistas nessa causa. O encontro é apoiado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) e pela Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH). O HC é uma unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
Na abertura do evento, o coordenador da Área Assistencial de Cirurgia Geral, Álvaro Ferraz, lembrou o pioneirismo e a relevância nacional do HC na área da cirurgia bariátrica. “O HC foi um dos quatro primeiros hospitais do SUS a realizar a cirurgia bariátrica (nos anos 1990), foi o primeiro do Brasil a implantar o Programa de Residência Médica na especialidade e já realiza há dez anos 100% das suas bariátricas por videolaparoscopia (técnica menos invasiva e com melhor recuperação do paciente)”, comentou o médico cirurgião.
Pela manhã, o evento apresentou um conteúdo teórico, por meio de aulas e exposição de casos clínicos, no Anfiteatro 1, e realização de exames nos pacientes, na Enfermaria de Cirurgia Geral. À tarde, estão previstas três cirurgias bariátricas em pacientes do HC, com avaliação hepática em tempo real promovendo a integração multidisciplinar entre a cirurgia e hepatologia, no Bloco Cirúrgico do HC.
“O tratamento do paciente com a doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica (MASLD, em inglês) é hoje o carro-chefe da hepatologia dada a sua importância prevalência. Ela aumenta o risco de mortalidade”, explicou o hepatologista Pedro Falcão ao abordar a definição, a epidemiologia e os grupos de risco da MALSD, na palestra inaugural do evento.
A MASLD é a doença mais comum do fígado, afetando cerca de 30% da população mundial (44% na América Latina). Recebeu esse nome em 2023, mas desde meados do século XIX já era estudada a gordura no fígado e suas consequências. A doença é caracterizada por um espectro de manifestações hepáticas associadas a distúrbios metabólicos e cardiovasculares, como obesidade, resistência à insulina, hipertensão arterial, dislipidemia e diabetes tipo 2. Nos casos mais graves (20% do total), pode evoluir para fibrose, cirrose e câncer.
Na sequência, o gastroenterologista do HC Edmundo Lopes abordou o tema “MALSD e cirurgia bariátrica: A visão do hepatologista” em que discorreu sobre uma série de estudos que citam os benefícios do procedimento. “A cirurgia melhora a esteatose hepática, a inflamação, a fibrose e reduz o risco de câncer hepático. E para os cirróticos graves, a bariátrica deve ser combinada com o transplante”, comentou Lopes.
Em sua palestra, o professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e membro da Comissão de Tecnologia e Inovação da SBCBM, Fernando de Barros, apresentou estudos que mostram a epidemia de doença hepática relacionada à obesidade e, principalmente, à síndrome metabólica. “A cirurgia bariátrica e metabólica é o melhor tratamento para pacientes com IMC (Índice de Massa Corporal) acima de 35 kg/m²”, afirmou o cirurgião, que acredita que a MALSD será a primeira causa de transplantes de fígado num futuro próximo.
Barros defendeu também os testes não invasivos como o laboratorial FIB-4 e por imagem, a elastografia transitória controlada por vibração (VCTE), o FibroScan, que mede a rigidez hepática. O especialista defende que a biópsia deve ser reservada para pacientes com suspeita de fibrose.
A hepatologista do HC Andrea Doria ministrou a aula “Tratamento clínico para MASLD” em que abordou as linhas de cuidado. “O controle da obesidade e da resistência insulínica são cruciais para a redução de risco do paciente. Para isso, a mudança de estilo de vida deve ser recomendada sempre (com atividade física e alimentação saudável) e quando ela for insuficiente, realizar o tratamento medicamentoso”, ressaltou Andrea.
Sobre a Ebserh
O HC-UFPE faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.