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Editora UFPE celebra 70 anos com programação no mês de novembro
Órgão suplementar comemora 7 décadas de atuação com encontro regional de editoras universitárias, ciclo de palestras e lançamento coletivo de livros

“Do chumbo ao bit, o livro sempre”. Esse é o slogan comemorativo do 70º aniversário da Editora UFPE, criado para sintetizar a trajetória histórica de uma das primeiras editoras universitárias do país, no ano em que comemora a sua sétima década de atuação difundindo a produção acadêmica, científica e cultural da hoje denominada Universidade Federal de Pernambuco. De 1955, ano de sua fundação, quando a UFPE ainda era a Universidade do Recife, até 2025, a publicadora testemunhou, entre outras mudanças, o uso de diferentes suportes e técnicas de produção de livros, indo dos tipos móveis de chumbo na composição de obras em papel até a recente “inconcretude” dos bits na criação de livros digitais disponibilizados gratuitamente em seu site.
Para celebrar a marca histórica, a Editora UFPE vai sediar em novembro dois eventos. O primeiro deles é o 11º encontro anual da seção Nordeste da Associação Brasileira das Editoras Universitárias (Abeu), marcado para ser realizado nos dias 12 e 13 de novembro, no Auditório Gilda Lins, da própria Editora UFPE. O tema do encontro, “Edição universitária no Nordeste: políticas editoriais para a valorização e a difusão do livro”, será debatido por representantes das editoras nordestinas e por pesquisadores do mercado editorial universitário. Os subtemas serão: “O papel político das editoras universitárias”; “Políticas editoriais e suas práticas”; “Redes de cooperação” e “A avaliação da Capes e os livros”. Haverá ainda a oferta de minicursos, entre outros temas, sobre as diretrizes da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para a produção de textos acadêmicos.
Além de contar com a participação de representantes de editoras filiadas à Abeu e de convidados, o evento é aberto ao público em geral. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas através de formulário on-line, de hoje (9) a 10 de outubro, através do site do evento.
O tema do encontro deste ano é um dos instrumentos cotidianos distintivos da atividade de uma editora universitária: a sua Política Editorial. A conversa contribuirá para uma melhor compreensão da especificidade e da importância dessas editoras, bem como das particularidades da sua atividade em Pernambuco e nos outros estados do Nordeste, sendo útil a todos os que se interessam pelo livro irrestritamente.
O segundo evento de comemoração será um ciclo de palestras seguido por um lançamento coletivo de livros da Editora UFPE, a ser realizado no dia 14 de novembro, também no Auditório Gilda Lins. A programação, aberta ao público e sem necessidade de inscrição, começará às 9h, com falas do reitor da UFPE, Alfredo Gomes, e do diretor da Editora UFPE, Junot Matos. Na sequência, às 10h, serão proferidas as palestras da mesa “Do chumbo ao bit, o livro sempre: 70 anos da Editora UFPE”. À tarde, a partir das 14h, acontece o lançamento das obras, com presenças dos autores.
Além dos dois eventos comemorativos, a Editora UFPE vai divulgar, ao longo das próximas semanas, em seus perfis no Instagram (@editoraufpe) e no Facebook (@EDUFPE), fatos e curiosidades sobre sua história.
PRIMEIRAS DÉCADAS – O ano de 1955 é considerado o marco inicial da Editora UFPE, ainda como serviço de encadernação e restauração de livros ligados à Faculdade de Direito da então Universidade do Recife. Um ano depois, em 1956, foi instalada como Imprensa Universitária do Recife (IUR), substituindo o serviço anterior. O período de criação e consolidação da Imprensa da Universidade do Recife, pioneira no Brasil, coincide com um momento importante das editoras no país. As décadas de 1960 e 1970 foram caracterizadas pelo aumento da demanda por bens culturais, que passaram a alcançar uma massa consumidora cada vez maior e mais diferenciada, deixando para trás as publicações mais restritas da década de 1950.
Nos anos iniciais da IUR, o órgão e suas instâncias superiores tinham preocupações em relação às publicações que seriam impressas, principalmente na gestão do reitor João Alfredo Gonçalves da Costa Lima (de 1959 a 1964). Em 1962, uma nota divulgada no Diario de Pernambuco mencionava uma reunião importante nesse sentido, da qual participaram o diretor da Imprensa Universitária do Recife Dilermando Pontual e os professores Gastão de Holanda e Orlando Parahym, para discutir a impressão imediata de livros novos ou que estavam esgotados, a fim de dinamizar tal setor.
Os anos seguintes seriam fundamentais para a Imprensa Universitária, tendo em vista os decretos que fundam a base para que se institucionalize a Editora Universitária no lugar da Imprensa. A Resolução nº 6 de 1971 da UFPE criou, na Imprensa, a Comissão Editorial que se encarregaria de avaliar as publicações a ela submetidas. Mesmo assim, a Imprensa só vem a se tornar editora em 1972, e a tão esperada comissão só passaria a ser efetivada em 1976. Mesmo sem a Comissão, a Imprensa já realizava esse tipo de trabalho editorial desde o seu início, condição que leva alguns teóricos e historiadores a considerá-la a primeira editora universitária do país. O trabalho de análise e de julgamento de originais a diferenciaria de uma oficina gráfica que apenas imprimisse livros: ela já os avaliava, selecionava e pensava. Entre outras obras de diferentes áreas da cultura e do conhecimento, editou livros de Ariano Suassuna, Hermilo Borba Filho, Jose Antonio Gonsalves de Melo, Edson Nery da Fonseca, Osman Lins, Cesar Leal e Alberto da Cunha Melo.
ERA DIGITAL – Outro importante marco da história da Editora UFPE foi a criação em 2021 de um novo site, que, mais do que uma página institucional, viria a consolidar-se como um considerável repositório de livros digitais gratuitos, com um acervo que hoje contabiliza quase 700 e-books e cerca de 14 mil acessos mensais. Com a iniciativa, a Editora passou a utilizar uma base mais estável, ágil e moderna, interligada ao sistema Open Monograph Press (OMP), plataforma de código livre que otimiza o gerenciamento administrativo e editorial.
Mas 2021 também foi o ano de outra importante etapa na história da Editora UFPE: a aprovação de um novo regimento, o primeiro a ser concebido em plena era digital de modo a preparar a publicadora para estar em consonância com as peculiaridades do âmbito editorial universitário do século XXI. O regimento anterior, elaborado no início dos anos 1990, regulava práticas editoriais que não contavam, por exemplo, com o livro eletrônico como meio de publicação. O novo regimento era uma atualização necessária e inadiável para acompanhar as necessidades atuais.
Entre outros aprimoramentos, o atual regimento substituiu a antiga Comissão Editorial, de caráter meramente consultivo, pelo atual Conselho Editorial, igualmente formado por docentes da UFPE, mas com caráter deliberativo. Mais do que uma nova nomenclatura, trata-se de uma mudança de filosofia quanto ao papel dos professores da UFPE na definição das obras a serem publicadas, na qualidade da sua validação acadêmico-científica e na expansão da presença da editora nas diferentes áreas do conhecimento.
A partir dessa nova etapa de fortalecimento institucional, todos os critérios e processos da Editora UFPE, desde a submissão de originais até a progressão das obras no fluxo de produção, são regidos por um documento público, a sua Política Editorial. Concebida a partir das diretrizes do novo regimento e do diálogo entre cada novo Conselho Editorial e o corpo técnico do órgão, trata-se da materialização de um compromisso com os valores da transparência, da isonomia e da qualidade, princípios norteadores de atuação da editora como porta-voz – no mundo dos livros – da coletividade de interesses característica de todo empreendimento universitário público, como a UFPE.