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Cinema da UFPE recebe mostra de curtas produzidos por estudantes das comunidades dos Coelhos e do Totó

As produções serão exibidas neste sábado (20), a partir das 10h, com entrada gratuita

Com informações da assessoria

O Cinema da UFPE recebe, neste sábado (20), às 10h, uma mostra de curtas produzidos a partir de oficinas gratuitas de letramento audiovisual, ministradas a 18 alunos do Ensino Médio de escolas públicas do Recife – crianças, jovens e adultos – das comunidades do Sancho/Totó e dos Coelhos. A exibição marca a finalização de projetos contemplados na Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), do Governo Federal, via Ministério da Cultura, e a Prefeitura do Recife, pela Secretaria de Cultura. São eles “CineContato: Produzindo Olhares Críticos no Audiovisual”, aprovado no edital Recife Virado na Periferia; e “Olhares Críticos: Contato e Profissionalização no Audiovisual”, um dos selecionados do edital Multilinguagens. A sessão é gratuita e aberta ao público.

Os projetos são encabeçados por estudantes do bacharelado e da licenciatura em Ciências Sociais da UFPE, sob a orientação do professor Alex Vailati, do Departamento de Antropologia e Museologia da UFPE. No total, são 12 pesquisadores, que também foram capacitados na linguagem do audiovisual a partir da disciplina de Antropologia Visual. “Ambas as iniciativas se voltam a trabalhar o audiovisual no contexto periférico, fomentando nos estudantes a capacidade crítica e tornando-os capazes de utilizar o audiovisual como ferramenta de denúncia e discussão das questões dos seus bairros. Buscamos também formar os pesquisadores ligados ao Programa de Educação Tutorial (PET) de Ciências Sociais nesta linguagem”, explica Alex Vailati, que também é documentarista.

A cineasta e produtora cultural pernambucana Yanne Mendes, responsável por obras como “A Live Delas” e participante ativa da Rede Tumulto, que reúne criadores que ajudam a dar voz à periferia do Recife pela arte, comandou as gravações em campo. Os educandos aprenderam a fazer filmes pelo celular, os equipamentos mínimos necessários, a importância do áudio para contar a história e o processo de captação, além das etapas de decupagem e edição do material. “Os estudantes trouxeram olhares singulares, transformando experiências cotidianas em obras que dialogam com memória, identidade e crítica social. Cada filme é um registro vivo das vozes e olhares das periferias do Recife, reafirmando que contar nossas próprias histórias é também ato de resistência”, salienta Yane Mendes.

Os participantes contaram com uma semana de aulas, realizadas no mês de junho. No bairro do Sancho/Totó, a oficina reuniu jovens de 15 e 16 anos e contou com o apoio da ONG Cores do Amanhã para a realização dos curtas “Luther” e “Caranguejo do Totó”. Nos Coelhos, a polêmica gerada na comunidade a partir da decisão da Prefeitura do Recife de transferir o “postinho de saúde” para o bairro vizinho da Ilha do Leite foi o mote para o telejornal “União e Conscientização, Empodera”. Formado por participantes de idades diversas, o grupo seguiu o caminho do audiovisual como ferramenta de disputa de narrativas diante da grande mídia, que muitas vezes apresenta as comunidades periféricas sob o olhar estigmatizado.

Metodologia
Tanto o projeto CineContato quanto o Olhares Críticos passaram por várias etapas até a exibição das produções assinadas pelos aprendizes. De início, foram realizadas pesquisas para avaliar o grau de conhecimento dos participantes acerca da linguagem e, a partir daí, eles foram direcionados para oficinas práticas de análise e produção audiovisual, sempre com o foco de despertar nos envolvidos o pensamento crítico e o protagonismo. Por meio da análise de filmes, exercícios de roteiro e produção de vídeos, os estudantes foram percebendo que podem colaborar para o debate crítico em suas comunidades. 

“A partir dos resultados dos questionários, das oficinas e do diário de campo compartilhado pela equipe, foi possível observar que o audiovisual está presente no dia a dia dos jovens da periferia do Recife, muito relacionado às redes sociais. As oficinas revelaram que eles podem ir além disso e olhar de forma crítica para a realidade que vivem, apenas com o celular, usando a criatividade”, ressalta Vailati.

O projeto “CineContato: Produzindo Olhares Críticos no Audiovisual” tem coordenação geral de Georgia Patrícia Mendes da Silva e produção executiva de Marina Regueira Cardoso. Já o time do “Olhares Críticos” é formado por Lívia Oliveira Lopes (coordenação geral) e Thuanny Nascimento (produção executiva). Ambas as iniciativas têm produção de Júlia Morim, consultoria científica de Alex Vailati e apoio do Laboratório de Antropologia Visual (LAV) da UFPE.

Fecha de la última modificación: 18/09/2025, 17:10