Programa de Pós-Graduação em Geociências (PPGeoc)
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Defesa de Dissertação de Mestrado n.º 7 em 2025
“ANÁLISE ESTRUTURAL MULTIESCALAR DE ZONAS DE FALHA DO GRANITO PROPRIÁ, FAIXA SERGIPANA, NE BRASIL”
Programa de Pós-Graduação em Geociências – CTG/UFPE
Defesa de Dissertação de Mestrado n.º 7 em 2025
Aluno(a): Maria Laura Silva Correa Reis
Orientador(a): Dr.ª Tiago Siqueira de Miranda
Coorientador(a): Dr. Osvaldo José Correia Filho (UFPE)
Título: “ANÁLISE ESTRUTURAL MULTIESCALAR DE ZONAS DE FALHA DO GRANITO PROPRIÁ, FAIXA SERGIPANA, NE BRASIL”
Data: 03/10/2025
Horário: 1h
Local: videoconferência através do Google Meet: https://meet.google.com/gje-rieb-uzc
Banca Examinadora:
Presidente:
Dr. Tiago Siqueira de Miranda (Orientador)
Titulares:
1.º Examinador(a): Dr. Gorki Mariano (PPGEOC/CTG/UFPE)
2.º Examinador(a): Dr. Jefferson Tavares Cruz Oliveira (UFPE)
3.º Examinador(a): Dr. João Paulo Araújo Pitombeira (UFPE)
Suplentes:
1.º Examinador(a): Dr.ª Anelise Losangela Bertotti (UFPE)
2.º Examinador(a): Dr. Mário Ferreira de Lima Filho (PPGEOC/CTG/UFPE)
Resumo:
Esta dissertação apresenta uma análise estrutural multiescalar das zonas de falha do Granito Propriá, localizado na Faixa Sergipana, nordeste do Brasil, com ênfase na influência da herança tectônica neoproterozoica na nucleação e reativação de falhas vinculadas ao rifteamento da Bacia Sergipe-Alagoas. O estudo parte da premissa de que estruturas dúcteis e dúctil-rúpteis formadas durante o ciclo Brasiliano–Pan-Africano desenvolve uma segmentação crustal e na posterior reativação tectônica no Cretáceo. A pesquisa integrou diferentes abordagens metodológicas, combinando interpretação de dados aerogeofísicos (magnetometria, gamaespectrometria e gravimetria), levantamentos estruturais de campo, análises topológicas de redes de fraturas em ortomosaicos obtidos por VANT, estudos microestruturais, catodoluminescência e microscopia eletrônica de varredura, além de difratometria de raios X e caracterização geomecânica in situ com Schmidt Hammer. Essa abordagem multiescalar permitiu avaliar desde o comportamento regional do embasamento até os processos deformacionais em escala microscópica. Os resultados mostram que o Domínio Macururé registra deformação dúctil a rúptil, marcada por foliações penetrativas, clivagem de crenulação, juntas e variações de resistência mecânica que oscilam o rebote entre 20 e 34. No Granito Propriá, a deformação manifesta-se em diferentes regimes: no dúctil, bandas de cisalhamento com tramas miloníticas S-C e recristalização dinâmica de quartzo; no dúctil-rúptil, com bandas cataclásticas afetadas por processos de muscovitização e cloritização; e no rúptil, com falhas e fraturas. As análises mineralógicas e microestruturais revelam intensa circulação de fluidos hidrotermais, responsáveis pela neoformação de muscovita e clorita, além da precipitação de calcita disseminada e minerais metálicos e de terras raras nos núcleos das zonas de falha. A caracterização topológica aponta para redes de fraturas altamente conectadas, dominadas por nós X e Y e segmentos C-C, indicando zonas de dano bem desenvolvidas, enquanto os dados geomecânicos evidenciam heterogeneidade estrutural entre litotipos do embasamento (filitos do Domínio Estância) e o granito Propriá. Esses resultados reforçam que a herança estrutural pré-cambriana, representada pelas bandas de cisalhamento neoproterozoicas, exerceu controle decisivo sobre a nucleação e a reativação de falhas durante o rifteamento da Bacia Sergipe-Alagoas, condicionando a compartimentação tectônica e a evolução estrutural do Alto Japoatã-Penedo. A interação entre deformação e alteração hidrotermal, marcada pela muscovitização e cloritização, contribuiu para a redução da resistência mecânica das rochas e favoreceu a concentração da deformação, enquanto a conectividade das redes de fraturas desempenhou papel essencial na circulação de fluidos mineralizantes e na dinâmica evolutiva das zonas de falha.
Palavras-chave: herança tectônica; zonas de falha; bandas de cisalhamento; fluidos hidrotermais