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Projeto da UFPE para otimização de processos na saúde com tecnologias digitais conquista R$ 14,7 milhões em chamada do Governo Federal

Iniciativa permitirá acompanhar pacientes com mais precisão, agilizar intervenções e reduzir riscos

O Centro de Informática (CIn) e o Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) estão juntos na criação um laboratório de inovação em saúde digital capaz de desenvolver e validar tecnologias avançadas que ampliam a segurança do paciente, apoiam profissionais e modernizam a gestão hospitalar no Sistema Único de Saúde (SUS). Para que isso seja feito, o projeto “Saúde Inteligente: Gestão Clínica Avançada e Otimização de Processos com IA, IoT e Análise de Dados” receberá cerca de R$ 14,7 milhões após aprovação na Chamada Pública MCTI/FINEP/FNDCT/Centros Temáticos 2024.
 
“Na prática, a expertise do CIn em inteligência artificial (IA), ciência de dados e software e a vivência do HC em gestão hospitalar e cuidado com o paciente permitirão integrar dados clínicos, exames, equipamentos e informações do prontuário eletrônico AGHU (Aplicativo de Gestão para Hospitais Universitários). Tudo será reunido em uma plataforma inteligente capaz de antecipar riscos, emitir alertas, apoiar decisões clínicas e melhorar o uso de leitos e recursos”, afirma o professor do CIn e coordenador do projeto, Ricardo Massa, que destaca: “Por meio de IA, Internet das Coisas (IoT) e análise de dados em tempo real, o projeto permitirá acompanhar pacientes com mais precisão, agilizar intervenções e reduzir riscos, trazendo mais segurança, qualidade e eficiência ao cuidado”.
 
RESULTADOS – Para os 36 meses estão previstos a implantação da infraestrutura tecnológica, a integração de sistemas hospitalares e o desenvolvimento das ferramentas inteligentes. A agenda inclui testes e validação com equipes assistenciais em uso real, garantindo resultados aplicáveis.
 
“Ao final do projeto, teremos uma plataforma clínica inteligente que ajuda médicos, enfermeiros e equipes a tomar decisões mais rápidas e seguras, com alertas automáticos e análises preditivas. Ferramentas de monitoramento e prevenção de riscos capazes de detectar alterações no estado do paciente, antecipar complicações e sugerir ações antes que problemas se agravem. Integração dos equipamentos médicos com o AGHU, garantindo que dados dos monitores, bombas, ventiladores e outros dispositivos cheguem automaticamente ao prontuário eletrônico, reduzindo erros e retrabalho. Painéis avançados para gestão de leitos e fluxos, permitindo otimizar os leitos, reduzir filas, beneficiando pacientes e a gestão hospitalar. Data Lake Clínico para armazenamento de grande repositório de dados clínicos, seguro e anonimizado, abrigado na infraestrutura de ponta do CIn, que permitirá pesquisas, inovação e desenvolvimento de novas ferramentas digitais para o SUS. O laboratório ampliado de Saúde Digital, que será um ambiente moderno para testar tecnologias, formar profissionais e impulsionar startups e pesquisadores na área de saúde digital”, detalha o professor Ricardo Massa.
 
A iniciativa conta com uma equipe multidisciplinar. A parte de governança envolve profissionais com experiência em áreas como transformação digital, gestão hospitalar, ciência de dados, IA, engenharia clínica, enfermagem e medicina. Pelo CIn, pesquisadores e especialistas em IA, ciência de dados e engenharia de software conduzem o desenvolvimento e a integração das soluções. Pelo HC, participam lideranças assistenciais, tecnológicas e de engenharia clínica, incluindo a equipe do Programa de Saúde Digital, que já conduz iniciativas de inovação no hospital. Também integram o grupo docentes e discentes de áreas como informática, medicina, enfermagem, engenharia biomédica e produção, além de residentes médicos e multiprofissionais. 
 
“Além disso, a iniciativa abre espaço para colaboração com pesquisadores de outras instituições nacionais e internacionais, empresas e startups parceiras”, pontua Ricardo Massa.
 
INVESTIMENTO NA CIÊNCIA – A Chamada Pública Centro Temáticos 2024 foi lançada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), pela agência pública Finep – Financiadora de Estudos e Projetos e pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) para apoiar centros brasileiros de infraestrutura de pesquisa científica e tecnológica. A seleção era destinada a projetos que buscam soluções para desafios a serem enfrentados pelo Brasil em cinco áreas: transição energética, transição ecológica, saúde, defesa e transformação digital (em que o projeto Saúde Inteligente foi contemplado).
 
O apoio financeiro aos projetos de pesquisa deve ser destinado à implantação ou melhoria da infraestrutura dos centros, com preferência para estruturas multiusuárias. Fomentar a cooperação entre os Centros de Infraestrutura de Pesquisa Científica e Tecnológica e as Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs), de maneira a garantir a sustentabilidade e a operacionalidade dos laboratórios, também foi um dos objetivos da seleção, que teve seu resultado divulgado no dia 29 de outubro.
 
RECURSOS – No caso do projeto Saúde Inteligente, os recursos serão utilizados para criação de um novo cluster de IA (servidores de alto desempenho com GPUs e alta capacidade de armazenamento), ampliando a infraestrutura existente no CIn, que possui os clusters Apuana e LuxAI. O professor Ricardo Massa explica que isso permitirá analisar dados clínicos em larga escala, treinar modelos de IA e processar em tempo real.
 
O projeto também inclui a aquisição de equipamentos médicos conectados (monitores, bombas de infusão), que enviam dados automaticamente. Essa estrutura suportará uma camada de Internet das Coisas (IoT) hospitalar, integrando informações ao prontuário AGHU e ao Data Lake Clínico, reduzindo erros e aumentando a segurança e eficiência assistencial. Outra parte dos recursos irá para um laboratório multiusuário de inovação em saúde digital, que formará profissionais, apoiará startups e pesquisadores e desenvolverá e validará tecnologias para o SUS.
 
“O objetivo é que o projeto seja a base para um ecossistema permanente de inovação em saúde digital, atraindo novos investimentos e parcerias para Pernambuco e o Brasil”, avalia o professor Ricardo Massa, que conclui: “A iniciativa exige investimento permanente em tecnologia, talentos e pesquisa. Por isso, estruturamos um modelo sustentável para dar continuidade e ampliar o impacto, incluindo a Rede Ebserh e o ecossistema de inovação em saúde no Brasil”.
Date of last modification: 18/11/2025, 19:11