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Faculdade de Direito do Recife sedia debate sobre os impactos da Inteligência Artificial no Sul Global e no Brasil

Especialistas nacionais e internacionais discutem apagamento cultural, impactos ambientais e exploração do trabalho na era da IA

O Instituto de Pesquisa em Direito e Tecnologia do Recife (IP.rec) promove, sábado (29), na Faculdade de Direito do Recife (FDR), o III Seminário Desafios Emergentes da Inteligência Artificial: Regulação e Direitos Humanos. O evento tem como objetivo propor uma reflexão crítica sobre os impactos sociais, ambientais e trabalhistas das tecnologias de IA, com foco especial nas vulnerabilidades do Sul Global. Inscrições aqui.

Com inscrições gratuitas para estudantes (mediante comprovação), o seminário adota uma abordagem multissetorial, reunindo representantes dos setores técnico-científico, governamental e da sociedade civil para debater questões urgentes como o apagamento cultural, os dilemas ambientais dos data centers, a vulnerabilização de grupos marginalizados e os impactos sobre o trabalho humano.

A programação conta com duas palestras principais. Paz Peña Ochoa, Mozilla Senior Fellow e fundadora do Instituto Latino-Americano de Terraformação, abre o evento com a palestra “Corpos, ambientes e a decolonização das tecnologias de Inteligência Artificial”, analisando como a IA reproduz lógicas coloniais e explora territórios do Sul Global. Raquel Saraiva, presidenta do IP.rec e conselheira do Conselho Nacional de Proteção de Dados (CNPD), preside este painel.

O encerramento fica por conta de Rafael Grohmann, professor da Universidade de Toronto e líder da iniciativa DigiLabour, que participará online para discutir “IA e Trabalho Humano”, desconstruindo o mito da tecnologia "sem atrito" e apresentando as condições de trabalho de anotadores de dados e moderadores de conteúdo que sustentam os sistemas de IA.

O seminário inclui dois painéis temáticos. O primeiro, “O dilema do desenvolvimento da IA no Brasil: data centers ecológicos?”, reúne Júlia Catão Dias (IDEC), Laís Martins (Intercept), Luiz Augusto (UFPE) e Cynthia Picolo (LAPIN) para debater se é possível conciliar desenvolvimento tecnológico e responsabilidade ambiental, considerando o papel do Brasil como guardião ambiental e país em desenvolvimento.

O segundo painel, “Epistemicídio na IA: uma fala do Sul Global contra silenciamentos, vulnerabilidades e injustiças algorítmicas”, conta com Umut Pajaro (Internet Society Colombia), Tarcizio Silva (ABONG) e Emanuella Ribeiro (Instituto Alana) para discutir como sistemas de IA reforçam dinâmicas coloniais, reproduzem estereótipos e normalizam corpos, afetando especialmente grupos racializados, LGBTQIAPN+, mulheres, crianças e adolescentes. A mediação é de Clarissa Mendes, líder de pesquisa em IA no IP.rec.

Sobre o IP.rec
O Instituto de Pesquisa em Direito e Tecnologia do Recife (IP.rec) é um centro independente com atuação em pesquisa científica, incidência, capacitação e comunicação focado nos impactos sociais, éticos e jurídicos do desenvolvimento tecnológico. O evento conta com apoio da Cesar School, do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ) da UFPE e da Comissão de Direito da Tecnologia e da Informação (CDTI) da OAB/PE, além de patrocínio do NIC.br/CGI.br, Fundação Heinrich Böll e Internet Society - Gender Standing Group.

Date of last modification: 25/11/2025, 18:01