A 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia da UFPE começou nesta segunda-feira (20), com uma mesa-redonda sobre o tema “Mudanças climáticas, cultura oceânica e como a ciência pode contribuir para o enfrentamento da crise climática”. A diretora científica da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe), professora Flávia Lucena Fredou, o vice-reitor da UFPE e Coordenador Científico da Rede Clima, professor Moacyr Araújo, e o professor do Departamento de Química e criador do Museu de Ciências Exatas Antônio Carlos Pavão participaram da atividade realizada no auditório do Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN) da UFPE.  

Também fizeram parte da mesa de abertura a pró-reitora de Extensão Conceição Reis, a diretora de Extensão Beate Saegesser Santos, e a diretora do CCEN, professora Claudete Fernandes Pereira. Os professores da UFPE fizeram falas de boas-vindas aos estudantes e professores das escolas municipais Francelina Rogaciano da Silva e João Bento de Paiva, de Itapissuma (PE), que faziam parte da plateia no momento e também visitaram exposições pelo Campus.

“Estamos muito felizes por estar recebendo vocês aqui. A ciência se constrói com o amanhã e o hoje. Ainda bem que hoje vocês estão aqui com a gente. Amanhã, a gente quer vocês também aqui, mas já como estudantes da Universidade”, iniciou a professora Beate, que coordena a 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia da UFPE.

Em sua palestra, a professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) Flávia Lucena Fredou falou sobre a importância dos oceanos para a vida dos seres humanos e os efeitos das mudanças climáticas na degradação dos ecossistemas aquáticos. Além de exemplos mais gerais, ela destacou questões que podem ser observadas em Itapissuma. “Com as mudanças climáticas, o Nordeste tende a ter períodos mais secos. Com isso, chove menos. Se chove menos, a maré começa a entrar nos estuários, vocês devem estar percebendo que eles estão mais salgados. Isso tudo pode alterar completamente os animais que vivem ali, o que pode alterar a pesca e, com isso, a segurança alimentar e a manutenção de empregos”, citou.

O professor Antônio Pavão adiantou informações sobre um estudo científico que será realizado em Itapissuma, envolvendo o Ensino Fundamental. “Vamos realizar um experimento relativo à temática da Semana, instalar um sistema de monitoramento do Canal de Santa Cruz. Vamos ter um drone, coletar água do canal, a escola vai ficar monitorando permanentemente. Será uma atividade interessante e de pesquisa porque nós queremos fazer divulgação científica não apenas passando informação, queremos formar cientistas. O cientista é uma pessoa que tem aquela dúvida, tem um problema, e vai atrás da resposta. Hoje, a gente está cheio de fake news, tem que duvidar, exercitar o cientista que tem em cada um de nós”, incentivou.

“Fico muito contente que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) tenha assumido os oceanos como aspecto importante desta Semana Nacional porque eles estão na nossa vida em tudo que possamos imaginar. Os oceanos são nossos maiores aliados nesta luta para a gente tentar sobreviver às mudanças do clima. Mais de um terço de todo CO2 que a gente lançou na atmosfera desde o início da Revolução Industrial, que está aquecendo o planeta, foi capturado pelos oceanos. Mas eles mostram que estão ficando cansados. E os oceanos também são responsáveis pelo oxigênio que a gente respira, eles são fonte de vida”, afirmou o vice-reitor Moacyr Araújo.

EVENTO – A 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia da UFPE acontece de 20 a 24 de outubro de 2025, em quatro locais do Campus Recife – o Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN), o Centro de Tecnologia e Geociências (CTG), o Complexo de Convenções, Eventos e Entretenimento (CCEE) e a Coordenação de Educação em Ciência, Tecnologia e Inovação Extensionista (Cecine) – e também no Centro Acadêmico de Vitória (CAV), em Vitória de Santo Antão. A programação conta com exposições, mostras interativas, cursos, jogos e palestras.

O tema central da 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) é “Planeta Água: cultura oceânica para enfrentar as mudanças climáticas no meu território”. Como parte do evento promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a UFPE trabalha com o subtema “Ciência, Tecnologia e Inovação Interdisciplinar nos Territórios Pernambucanos: um diálogo entre o Sertão e o Oceano”.

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*Foto de Widma Sandrelly / Ascom UFPE