UFPE na mídia UFPE na mídia

Voltar

Jornal do Commercio- UFPE promete tomar providências diante das cobranças de estudantes

UFPE promete tomar providências diante das cobranças de estudantes

Enem e Educação 

Página 24

UFPE promete tomar providências diante das cobranças de estudantes

 “É uma humilhação ter que ficar procurando algum jeito de subir, ver se alguém carrega a cadeira ou esperar o professor mudar a aula de sala, procurando outro lugar — isso quando existe outra opção, porque às vezes, simplesmente, não tem. A universidade oferece vagas para pessoas com deficiência por meio das cotas, mas também precisa garantir condições reais de permanência. E isso não é só um relato meu, é de gente de todos os cursos.”

 A cobrança por desempenho acadêmico, segundo Luiz, não é compatível com a ausência de suporte institucional. “A universidade exige que a gente tenha um bom rendimento, que cumpra com todas as obrigações, mas não oferece nenhum suporte para isso.”

O QUE DIZ A LEI

As dificuldades relata das por Herbert, Alice e Luiz Henrique ferem diretamente a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015), que garante acesso à educação em igualdade de condições, com adaptações físicas, comunicacionais e pedagógicas.

Além disso, o Decreto nº 5.296/2004 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação  (LDB – Lei nº 9.394/96) reforçam a obrigação das universidades públicas de garantir condições adequadas de permanência e aprendizagem. A presença de núcleos de acessibilidade também é prevista por lei — mas, na prática, estudantes relatam que esses núcleos são ineficazes.

 O QUE DIZ A UFPE

Procurada pelo JC, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) respondeu, por meio de nota, que está ciente das reclamações feitas por estudantes de Medicina e afirma estar tomando providências para resolver os problemas relacionados aos dois elevadores.

“A UFPE está tomando as providências para resolver os problemas referentes aos dois elevadores. Em relação ao elevador que dá acesso ao Laboratório de Anatomia, a instituição informa que já teve a autorização de serviço e deverá operar até a quarta-feira dessa semana. O outro elevador deverá voltar a funcionar no final do mês, pois está providenciada a compra de peças para o seu conserto.”

Sobre o papel do Núcleo de Acessibilidade e as medidas de inclusão, a universidade reforça:

 “O Núcleo de Acessibi lidade faz atendimento individualizado, levando em consideração a situação de cada estudante, seja cadeirante ou deficiente visual, deficiente auditivo ou autista, apenas citando algumas das deficiências dos estudantes. Mas, infelizmente, ainda existem  barreiras arquitetônicas no campus que dificultam a vida dos deficientes, já que muitos prédios são antigos e não contaram, por ocasião de suas construções, com rampas de acessibilidade. Aos poucos, a UFPE está providenciando adaptações nos prédios, implantando rampas e elevadores, dentro das condições financeiras de que dispõe.”

 Apesar disso, os estu dantes ouvidos pela re portagem afirmam que não recebem o suporte prome tido, e questionam a efeti vidade das ações do núcleo e da gestão universitária.

O QUE DIZ O DIRETÓRIO ACADÊMICO DE MEDICINA

Em nota, o Diretório Acadêmico de Medicina Umberto Câmara Neto (DAMUC) expressou indignação com as condições de acessibilidade na Faculda de de Medicina da UFPE.

 O grupo denuncia que, mesmo após a entrega do Laboratório de Anatomia, interditado desde julho por falta de manutenção, os alunos do primeiro período seguem sem acesso às aulas práticas porque os elevadores que levam  ao espaço continuam quebrados.

 O DAMUC afirma que a reitoria descumpriu dois prazos para o conserto e cobra solução imediata, destacando que as dificuldades de mobilidade atingem todo o campus, com calçadas danificadas, ausência de rampas e banheiros adaptados, o que compromete a permanência e o desempenho de estudantes com deficiência.

“NOSSA LUTA NÃO É INDIVIDUAL”

Apesar da demora em encontrar soluções, os estudantes com deficiência seguem resistindo e cobrando seus direitos. Para eles, a acessibilidade não pode ser tratada como um favor ou um “privilégio”.

 Herbert reforça que a maior barreira que enfrenta não é física. “Eu tenho lutado com unhas e dentes para poder ter acessibilidade aqui na faculdade. Chegar nesse elevador, chegar nesse laboratório. Eu acho que o elevador não é o problema maior de acessibilidade, porque o problema maior de acessibilidade é um conjunto de situações aqui. O elevador é um detalhe importante, mas é só mais um detalhe.”

 

Data da última modificação: 14/10/2025, 09:25