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Folha de Pernambuco - Ferrovia contribuirá para verticalização do polo de confecções
Ferrovia contribuirá para verticalização do polo de confecções
Economia
Página 10
Ferrovia contribuirá para verticalização do polo de confecções
A substituição do modal rodoviário pelo ferroviário resulta numa redução média de 30% no preço do frete. Questão foi discutida na quinta edição do Conexões Transnordestina
O diretor de gestão estratégica do Núcleo Gestor da Cadeia Têxtil e de Confecções em Pernambuco (NTCPE), Wamberto Barbosa, disse que há uma expectativa de que a implantação do trecho SalgueiroSuape da Ferrovia Transnordestina contribua para uma verticalização do Polo de Confecções do Agreste, facilitando o acesso a novos mercados. A informação fez parte da palestra do executivo na quinta edição do Seminário Conexões Transnordestina, que ocorreu no auditório da Associação Comercial e Industrial de Caruaru, no Agreste, ontem.
O evento foi coordenado pela CEO do portal Movimento Econômico, Patrícia Raposo. O portal integra o braço de comunicação do Grupo EQM, presidido pelo empresário Eduardo de Queiroz Monteiro, que também comanda a Folha de Pernambuco. Na ocasião, o empresário foi representado pela vice-presidente do jornal, Mariana Costa.
Na palestra concedida durante o evento, Wamberto citou que a implantação da ferrovia vai trazer várias oportunidades para o Agreste. “Diminuir a questão dos custos de produção é uma delas. Na confecção, quase 100% do transporte é rodoviário”, comentou Wamberto. Em média, a substituição do modal rodoviário pelo ferroviário resulta numa redução média de 30% no preço do frete.
O Polo de Confecções do Agreste produz 800 milhões de peças por ano em pequenos lotes e 70% das empresas produtoras estão na rota da ferrovia pernambucana, segundo Wamberto. “O setor cresce a dois dígitos por ano”, afirmou Wamberto. E grande parte da matéria vem de fora do Agreste.
Wamberto também argumentou que “um modal que tem baixa emissão de carbono, saindo daqui, indo para a Europa” é uma bandeira para se levantar para o setor, porque isso pode facilitar o acesso a mercados que estão cada vez mais exigentes na questão da responsabilidade ambiental.
“A minha contribuição é, basicamente, no sentido de tentar na discussão junto com os demais colegas, buscar de que maneira o polo de confecções pode participar desse movimento”, afirmou Wamberto, se referindo à iniciativa do Movimento Econômico que tem levantado o debate sobre a necessidade da retomada das obras para implantação do trecho SalgueiroSuape da Transnordestina.
Segundo informações do NTCPE, cerca de 400 mil pessoas no estado de Pernambuco estão envolvidas com o polo de confecções direta ou indiretamente e cerca, que está com suas atividades em 51 municípios do estado. A cadeia produtiva das confecções registrou um faturamento de cerca R$ 8 bilhões e uma arrecadação recorde de R$ 1,2 bilhão em ICMS para o estado de Pernambuco em 2024, de acordo com o NTCPE. O recolhimento de ICMS do setor ultrapassou setores como o farmacêutico e o de supermercados.
A diferença
No evento, Mariana Costa afirmou que o debate do seminário foi muito qualificado e "Pernambuco não pode perder este trem", se referindo à importância da retomada das obras do trecho SalgueiroSuape da Transnordestina. "Pernambuco merece, Pernambuco precisa, e eu acho que a iniciativa, como o Movimento Econômico coloca aqui, ecoa a temática com toda a parceria da Sudene, vai fazer a diferença, e a gente conta aí com a força da sociedade civil, da política, e dos técnicos para fazer a diferença", contou a executiva.
A quinta edição do Conexões Transnordestina contou com palestras de dois dos maiores técnicos em transporte de Pernambuco, o professor aposentado da UFPE Fernando Jordão e o professor da Unicap e professor aposentado da UFPE Maurício Pina. Na sua apresentação, Fernando Jordão voltou a lembrar que há ajustes técnicos a serem feitos, comparando com o projeto cujas obras foram iniciadas em 2006. "A necessidade do helper em 88 km do trecho SalgueiroSuape vai encarecer a operação", comentou.
Jordão também afirmou a necessidade do trecho Salgueiro-Suape adotar a bitola mista, que pode se adequar às cargas mais leves a serem transportadas para o Porto de Suape. Já o professor Maurício Pina voltou a criticar o fato de que a futura ferrovia pode passar distante de alguns centros produtores. Por exemplo, pelo que foi divulgado até agora, o novo traçado vai passar a 16 km da fábrica da Baterias Moura, em Belo Jardim. Segundo ele, levar os produtos ou insumos em 16 km por caminhão pode trazer custos adicionais para a empresa. "São aspectos que precisam ser tratados para trazer progresso para Pernambuco com a implantação do ramal Salgueiro-Suape.
O evento também contou com uma palestra da empresária Ivânia Porto, representando a Associação Comercial e Empresarial de Caruaru (ACIC). Ela falou da importância do projeto ser abraçado pela classe política de Pernambuco e do desenvolvimento que isso pode representar para o estado.
O superintendente da Sudene, Francisco Alexandre, afirmou que o trecho Salgueiro-Suape da Transnordestina foi retirado do projeto da Transnordestina pela gestão passada no final do governo anterior. "O governo federal está convencido que precisa fazer este trecho Salgueiro-Suape. A ferrovia tem que vir para Suape assim como se conectar com a Ferrovia Norte-Sul", defendeu.
As obras da Ferrovia Transnordestina começaram em 2006 e foram implantados trechos em Pernambuco, Piauí e Ceará. "No próximo ano, vão ser 20 anos que esta obra começou. O Ceará vai começar a operar em outubro levando grãos e até gipsita. Quando estes contratos forem fechados, vai ser difícil retirar a carga da gipsita do Porto de Pecém, no Ceará, para o Porto de Suape", afirmou Patrícia Raposo. Edital A expectativa é que o edital para a retomada das obras do trecho Salgueiro-Suape da Transnordestina seja lançado neste mês pelo governo federal. O evento também contou com a participação do exdeputado federal e ex-prefeito de Caruaru, José Queiroz, do ex-senador e empresário Douglas Cintra e do prefeito de São Bento do Una, Alexandre Batité