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UFPE reforça combate à violência contra a mulher em ato em memória de servidora vítima de feminicídio

Na ocasião, foi inagurado um banco vermelho na Praça das Humanidades, no Campus Recife

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) inaugurou nesta quarta-feira (12), às 16h, o símbolo do Instituto Banco Vermelho — um banco pintado de vermelho — na Praça das Humanidades, no Campus Recife, em uma cerimônia que reuniu autoridades da UFPE, representantes do Instituto e familiares da servidora Tamires de Almeida Costa Lima, que inspirou a instalação. O evento foi concebido como ato de conscientização e enfrentamento à violência contra a mulher, reforçando o compromisso institucional da UFPE com a promoção da equidade de gênero e dos direitos humanos.

Na abertura da cerimônia, o reitor Alfredo Macedo Gomes agradeceu a presença dos familiares e amigos de Tamires de Almeida Costa Lima — servidora do Hospital das Clínicas da UFPE vítima de feminicídio no dia 12 de novembro de 2024, no Cabo de Santo Agostinho. Ele destacou que a escolha da Praça das Humanidades, recentemente revitalizada — “antes era um estacionamento e agora é uma praça de convivência e acolhimento” — reforça a simbologia de transformação desse espaço em lugar de reflexão e ação. “Esperamos que essa epidemia de violência contra mulheres seja enfrentada da melhor forma possível, e disso também faz parte a prevenção e a informação”, afirmou.

Em uma fala marcante, a diretora-executiva do Instituto Banco Vermelho, Paula Limongi, explicou os motivos da instalação na Universidade: “Somos o quinto país que mais mata mulheres e Pernambuco é o estado número um no Nordeste. Um ano após o feminicídio da Tamires, voltamos aqui para dizer que ela não vai ser esquecida”, ressaltou. Ela também acrescentou: “O banco na cor vermelha representa o sangue derramado por essas mulheres e convida todos a sentar e refletir, levantar e agir para que outras mulheres não sejam silenciadas”. A iniciativa, disse Paula, integra uma rede nacional já presente em todos os estados brasileiros — instituída pela lei federal nº 14.942, sancionada em 31 de julho de 2024 — e reafirma o papel desse mobiliário urbano como vetor de comunicação pública.

Durante a cerimônia, foi destacado o formato simbólico do banco — que convida a sentar, fazer pausa, refletir e ser motivador de ação — e também o fato de que a UFPE assume papel ativo não apenas como espaço acadêmico, mas como comunidade comprometida com a mudança cultural. Familiares de Tamires, entre eles sua irmã, Tâmara Costa Lima — servidora da Pró-Reitoria de Graduação da UFPE — estavam presentes, visivelmente emocionados, reforçando a dimensão humana e institucional da iniciativa. 

O banco vermelho, agora fixado na Praça das Humanidades, passa a compor o conjunto de ações de sensibilização da UFPE voltado para o combate à violência de gênero — e estará disponível permanentemente como memorial, alerta e convite à transformação coletiva. A cerimônia marcou também a reafirmação de que instituições de ensino e pesquisa têm um papel vital não apenas na produção acadêmica, mas na construção de ambientes seguros, inclusivos e atentos à vida das mulheres.

A comunidade universitária está convidada a sentar, refletir, levantar e agir, porque, conforme ressaltou Paula Limongi, “nada traz uma mulher de volta. Então, a gente precisa de prevenção”. Para acessar mais informações sobre o Instituto Banco Vermelho e a lei federal que institui a ação, consulte institutobancovermelho.org.br.

*Foto de Júlia Alencar / Ascom UFPE

Data da última modificação: 14/11/2025, 17:17